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Sexualidade com respeito e ética

Sexualidade com respeito e ética

No processo de conceber o que é normal e patológico no campo da sexualidade sobressai, a princípio, a forma como nos sentimos a vontade de dialogar sobre nossas próprias percepções.

Normalmente, o constrangimento em abordar questões inerentes ao corpo humano e todas as suas manifestações surge a partir do momento em que se associa a esses temas o rótulo de promíscuo e inoportuno. Neste sentido, é um desafio vivenciar ou compartilhar com o outro, de maneira saudável, aspectos da intimidade que são notáveis em cada etapa de desenvolvimento humano e que requerem devida atenção como forma, inclusive de prevenção de doenças orgânicas e psíquicas, destacando-se, principalmente, quadros depressivos, ansiosos e de disfunções sexuais e DSTs.

Afinal, o que é sexo? Se a associação voltar-se a questão de gênero, como referendar o masculino e o feminino?

A sexualidade valida a maneira como nos identificamos para nós mesmos e para o outro nas relações sociais. Nos gêneros masculino e feminino, além de aspectos físico-anatômicos, as particularidades definem papéis sociais e a importância de cada um de nós. Somos humanos, iguais enquanto espécie e diferentes em muitas formas de agir quando consideramos aspectos de nossa subjetividade.

Infelizmente, há uma tendência em equiparar preferências ao corpo considerado escultural , construído a partir de modelos sociais vigentes, que determinam a moda ou o correto a ser seguido ou imitado.

Como percebo meu corpo e como eu compartilho com o outro o que eu percebo de melhor em mim?

Quando falamos de respeito as nossas próprias vontades e desejos , as convenções sociais nem sempre são o parâmetro do que é correto adotarmos como modelo, considerando nossos valores. Se incluímos ética na percepção de nossas verdades , somos desprovidos de intenções nocivas na relação com o outro e ambos são beneficiados por meio de uma relação saudável.

O cuidar-se de si, nesse sentido, representa tudo o que contribui para manter meu corpo saudável: alimentação correta, exercícios físicos, sem uma conotação da busca pela forma ideal. O físico ideal para você será a consequência do cuidar-se adequado. O resultado desse processo de aceitação intima será o exercicio da sexualidade com elevada autoestima, confiança, maior habilidade para tomar decisões e fazer escolhas e devida atenção a peculiaridades que definem ações pessoais, profissionais, de lazer, etc...

E no contexto de relação sexual com o outro? Como dialogar sobre isso com ética e respeito?

Na infância, há muita curiosidade para saber como humanos geram outra vida dentro de si e porque essa incumbência é inerente ao corpo feminino.Hoje, a partir da adolescência e, perpetua na vida adulta, a busca pelo conhecimento em manter a qualidade na relação sexual sem muitas vezes, voltar-se a função reprodutiva.

Separar tais contextos de diálogo para cada fase de desenvolvimento, respeitando os limites do que é considerado saudável abordar, nem sempre é fácil. A nudez é nossa simbologia física e quando referendada com respeito propicia nossa evolução natural humana. Desde nosso nascimento até atingirmos a fase adulta todas as mudanças observadas em nosso corpo agregam conquistas sobre nossas vontades, desejos, inspirações e a ética surge diante da sinceridade com nós mesmos e o nosso próprio prazer pelas descobertas sobre nosso corpo.

O primeiro referencial familiar dos pais denotam as diferenças entre os parâmetros de gênero e a criança aprende de maneira saudável a se identificar também e reconhecer suas próprias características pessoais sobre o que é hoje e sobre o que um dia vai apresentar , no decorrrer do seu desenvolvimento. Na fase adulta, quando atingimos a maturidade do desenvolvimento dos órgaos sexuais, a manifestação de uma expressão saudável da sexualidade embutirá na relação consigo mesmo e com o outro, todas as manifestações aprendidas nos modelos assertivos apresentados na vida.

O patológico está no quanto rotula-se pejorativamente o olhar natural dentro de si a ponto de não conceber como normal o que é inerente a própria existência: o corpo físico e todo o conjunto que o perfaz e que o caracteriza definindo gênero e sexualidade.



A adequação psíquica e orgânica juntas comporão um ser humano integro, saudável, capaz de realizar-se com o que pode oferecer de melhor em sua essência e usufruir, naturalmente , de todas as formas de manifestação que o completam e o realizam.


Por Andréa Bogatti Guimarães Tomazela, em 25 de Junho de 2019