A motivação do aluno para o estudo: Como a escola e os pais se inserem nesse processo
O início do período escolar e pré-escolar normalmente é acompanhado de inúmeras expectativas dos pais sobre os métodos de ensino mais eficazes e com maior abrangência de conteúdos que estimularão a aprendizagem desde as primeiras fases do desenvolvimento infantil.
O rótulo do estudo como garantia de sucesso futuro apresenta-se em primeiro plano, ofuscando, muitas vezes, os fatores essenciais para que o processo de educação seja eficaz. O papel do professor como principal mediador do processo de motivação ensino- aprendizagem é fundamental, mas, ao mesmo tempo, a ação do educador torna-se difícil na ausência de outros fatores que também influenciam na motivação do aluno para aprender e ainda, para querer estar presente na escola.
A motivação no ambiente escolar
Ensino de qualidade está diretamente relacionada com o ambiente que é apresentado os conteúdos ensinados e como esses atendem as necessidades de uma determinada turma de alunos. O aprender é um processo notório quando o ambiente é apropriado, ou seja, dotado de recursos físicos que permita conforto térmico das pessoas presentes na sala e até mesmo, conforto de adequada acomodação nas carteiras escolares e ambiente desprovido de poluição visual e sonora. Tais recursos são instalações que obrigatoriamente devem se fazer presentes tanto nas escolas de ensino público quando privado.
A motivação do aluno para assimilar conteúdos específicos é notória quando entende o porquê é importante aprender e quando este aprender relaciona-se principalmente com conteúdos que envolvem soluções de problemas específicos em suas regiões. Neste âmbito, destaca-se a abrangência de conteúdos multidisciplinares envolvendo ações de cidadania: seu papel social e sua função para com ele e para com os outros. O aluno compreende a função do ensino como ferramenta para atuar em busca de sua evolução pessoal e social, não restringindo a preocupar-se somente com seu desempenho em busca das melhores notas.
Muito importante disseminar no ambiente escolar o bom desempenho como consequência da ação de motivação e interesse pelo aprendizado. O estudo engloba a função de destacar a ação do aluno e não somente fica restrito e associado a uma obrigação que não faz sentido com suas próprias ações.
Como os pais despertam a motivação para aprender
Quanto maior o envolvimento dos pais nas vivências do filho(a) sobre os conteúdos aprendidos, maior será também o envolvimento e o interesse em assimilar o que é ensinado.
Quando os pais demonstram interesse e conseguem solicitar auxilio dos filhos em tarefas cotidianas que percebem a aplicação de conteúdos escolares básicos, a criança ou adolescente consegue desenvolver melhor o senso crítico e linha de raciocínio lógico para atuar em sua realidade presente. Por exemplo: conteúdos básicos do português podem ser mais assimilados simplesmente na fala correta dos pais, quando destacam para a criança o singular, o plural, os substantivos próprios, que escrevemos com letra maiúscula e os substantivos comuns, com letra minúscula. Frações, contas envolvendo as quatro operações matemáticas (adição, divisão, subtração, multiplicação), unidades de medida, podem ser estimuladas principalmente em momentos de refeição onde precisamos aplicar conhecimentos matemáticos de determinar quantidades que serão por nós ingeridas e pelos outros.
Ao fazer compras, a ação de efetuar o pagamento dará para a criança a noção do valor do dinheiro e do conhecimento das notas, além de melhorar sua compreensão quando for resolver os problemas de aritmética propostos pelo professor. A história, a ciências, num passeio por praças, jardins, pode ser incentivada pesquisando com a criança nomes de plantas, observando nome das ruas, para que também tenha conhecimento sobre como foi o processo de evolução de seu habitat e as pessoas importantes que fazem parte da história de sua cidade.
Os pais quando são modelos e conseguem de sua maneira particular, mostrar a prática da teoria vivenciada pelo aluno na escola, exercitam a habilidade de incentivar, de maneira espontânea, seu filho a frequentar o ambiente escolar e ainda, encorajar-se a explorar profundamente os conteúdos ensinados.
A escola insere o aluno no mundo do saber, mas esse conhecimento é validado e assimilado quando sua prática é compreendida e isso resulta em maior motivação para o ato de aprender. Não basta a escola ser ativa e participativa se os pais não reforçam essa importância de modo a mostrar o quanto e como esse ensino pode ser colocado em prática. Não importa que essa prática tenha um tempo curto de atuação dentro de casa mas, sua existência é que se faz necessária.
Quando os pais não se interessam pelo que os filhos aprendem somente acreditando que a escola por si só, fará o papel do aprendizado, normalmente a prática e a aplicação do conteúdo passa a ter um caráter obrigatório e não prazeroso e, portanto, motivacional.
Motivar-se a aprender é também um processo que depende exclusivamente do quanto o aluno vivencia a prática em sua realidade cotidiana, conseguindo exercitar o hábito do estudo como uma evolução pessoal de atuar e transformar seu mundo.
No meio social, dissemina-se a formação intelectual cada vez mais extensa uma vez que a concorrência no mercado de trabalho é associada ao domínio de conteúdos mais específicos e que, ao mesmo tempo, exigem uma formação global e permanentemente atualizada.
Por Andréa Bogatti Guimarães Tomazela, em 08 de Setembro de 2016